No dia 6 de novembro deste ano, a Polícia Ambiental de Brotas, interior de SP, foi acionada para investigar uma situação de maus tratos em uma fazenda. Tratava-se do caso de um fazendeiro que antes produzia leite de búfala, mas decidiu mudar de ramo para plantação de soja, deixando mais de mil búfalos sem água e comida, para morrer no local.
A Polícia Ambiental encontrou em primeiro momento 335 adultos, 332 filhotes e 22 animais já mortos devido a falta de alimentação. Estima-se que ao todos existam mais de mil búfalos na fazenda, além disso, ativistas que estiveram presentes relataram que aproximadamente 90% deles estejam prenhes.
“Estima-se que 90% das búfalas esteja prenhe. A qualquer momento o número de animais pode dobrar. São mais de mil. A fome também pode dobrar. A morte também pode dobrar”, relata uma ativista que esteve presente na fazenda, através de uma postagem feita no instagram da SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira).
Inicialmente o proprietário da fazenda seria multado em R$ 2,133 milhões por maus tratos, posteriormente o fazendeiro chegou a ser preso em flagrante, mas pagou fiança no valor de R$ 10 mil e foi posto em liberdade.
Em relação aos animais, no dia 11 de novembro foi determinado judicialmente que os búfalos estariam sob a tutela provisória da ONG (Organização Não Governamental) ARA (Amor e Respeito aos Animais), entretanto, na última quinta-feira (18), a Justiça voltou atrás e devolveu a tutela dos animais ao antigo dono, o que gerou revolta, mobilizando não apenas ativistas nas redes sociais, como também pessoas que foram pessoalmente até o local protestar.
Além disso, a medida proíbe a entrada dos ativistas na fazenda, inclusive a retirada do Hospital de Campanha que havia sido montado dentro da propriedade para prestar atendimento 24 horas aos animais. Agora, ficou permitida apenas a entrada de policiais civis, de veterinários e de membros da ONG ‘O Bixo Vai Pegar’ para prestar os cuidados aos búfalos, desde que sejam apenas dez pessoas por vez.
No último sábado (20), diversos ativistas se renuíram na frente da propriedade para protestar a decisão judicial e conseguir transportar os animais mais perto de onde o Hospital de Campanha está montado agora. Além dos ativistas, o caso recebe apoio também de empresas e da Prefeitura de Brotas.
“Ontem nos levaram para um lugar muito legal. Com pasto e bem grande. Ainda tem muitas de nós para irem para lá… agora estamos estamos mais perto do hospital de campanha e não mais no buraco que nos deixam para morrer”, diz legenda de uma postagem feita no instagram Búfalas de Brotas, criado exclusivamente com o propósito de informar a população sobre a situação e pedir ajuda financeira para manter os animais.
Os voluntários reforçam que a situação da tutela dos búfalos pode mudar a qualquer momento, sendo assim, diversos ativistas estão acampando na região, prontos para qualquer novidade e também com apoio veterinário para atender os animais.
A Justiça havia determinado que o fazendeiro devesse custear o tratamento de alimentação dos animais, sob pena de multa diária, entretanto, a determinação não está sendo seguida e os voluntários da ONG estão custeando tudo por conta própria.
Dessa forma, nesse momento a maior necessidade dos ativistas em atuação é angariar recursos para alimentar os mais de mil animais da fazenda. Os interessados em ajudar podem fazer doações por meio do PIX CNPJ 14.732.153/0001-38 – ONG A.R.A. Banco Cora SCD 403 – Agência 0001 – Conta 1372147-8, ou via PAYPAL [email protected] (enviar o comprovante para o instagram Bufalas de Brotas.