Neste final de semana (09 e 10 de fevereiro) em Americana (127km de São Paulo capital) aconteceu a VegFest, que é um festival vegano que reúne culinária, palestras, feiras e exposições que buscam mostrar que é possível sim ter uma alimentação sem crueldade animal que seja saudável e acessível à todos.
O grupo responsável pelo evento costuma organizar shows de punk e hardcore. Uniram-se com o pessoal da Hup Fest, do Espaço GNU e da Jaqueline Forner (que organiza a feira vegana “mas nem peixinho?” em Americana) e dessa forma o Veg Fest acabou se tornando uma feira maior mas ainda com a pagada de shows de hardcore e punk, que é o meio do grupo.
O evento em Americana aconteceu no Espaço GNU e recebeu várias barracas de comidas veganas, arte, música, palestras, oficinas, artesanato, flash day tattoo, chopp artesanal, exposições e um espaço kids.
Estive lá no domingo (10/02) e conversei um pouco com cada um que estava com seu trabalho lá, as respostas foram revigorantes e me deram motivos para continuar acreditando (mais ainda) no veganismo. Agora, vou compartilhar com vocês o que cada um me contou:
O bistrô surgiu a 5 anos atrás, a partir de um projeto que Mariane tinha, a marmiteria vegana. Quando conheceu Luis, seu namorado, ele começou a se interessar cada vez mais pelo veganismo e pelo projeto da moça. Juntos expandiram o comércio e há 2 anos levam seus salgados para diversos eventos a fim de atingir mais pessoas.
A expresso churros adotou opções veganas há 1 ano, por influência de uma amiga vegana.
Diogo abriu o Veg Burguer em 2013, mesmo ano que virou vegano, junto com sua esposa. A ideia surgiu quando compraram um hambúrguer de soja congelado e acharam sem gosto, perceberam que haviam opções limitadas e muitas vezes ruins de alimentos veganos. Certo dia, comentando sobre isso com sua mãe, a senhora criou uma receita de hambúrguer de soja que deixou Diogo e sua esposa encantados e foi o que os fez decidir começar com o projeto Veg Burguer. A receita inicial hoje não é mais vendida, porém existem outros diversos sabores de dar água na boca!
Em 2013 e 2014 eles trabalharam com eventos e encomendas, em 2015 expandiram com a compra de um carrinho, 2016 e 2017 fizeram delivery e desde 2018 adquiriram o trailer que hoje usam.
Carla criou o Escondidinho de Sampa há 1 mês guiada pela necessidade de ter mais opções para veganos, incomodada com os padrões de hambúrgueres e coxinhas (os típicos junk food), decidiu inovar e trazer o escondidinho vegano. Além de vegano, os produtos são orgânicos, a preocupação com uma alimentação saudável é fundamental para ela.
Carla também contou sobre o creme vegetal que usa para fazer os purês, o creme da Vcon, marca nova voltada também para a alimentação saudável.
Em 2016 Dani virou vegetariana e começou a produzir produtos naturais (para pele e cabelo) e artesanais para uso próprio, com o tempo foi vendendo para suas amigas e no salão onde exerce a profissão de cabeleireira. As matérias primas são 100% de origem vegetal e os produtos são feitos em pequenos lotes.
Wemerson criou a marca a partir da culinária tradicional, mas decorrente da sua participação pessoal em eventos veganos (ele está em transição) e da convivência com seus amigos, decidiu criar opções que atendessem todos os públicos, como alérgicos, veganos e fitness.
A marca foi criada em 2016, Edi (que já tinha um ateliê de serigrafia) teve a ideia de fazer uma linha vegana. Todo o dinheiro arrecadado é usado para cuidar de animais de rua e ajudar a CatLand de São Paulo.
O grupo também organiza a VegFest em São Paulo e tem como intuito divulgar e mostrar que o veganismo é sim acessível.
“Cookies veganos feitos com suco natural de cenoura produzidos artesanalmente sem conservantes e Mantecais Vegan recheados com goiabada.”
Surgiu da necessidade da proprietária da marca Eliana Silva de proporcionar um lanche saudável e gostoso para seus filhos. O sucesso foi tanto que incentivaram a comercializa-los. Com a comercialização surgiu a necessidade de torná-los veganos o que surgiu uma adaptação maravilhosa da receita com o suco natural de cenoura. Quando notaram a estrutura da Lilix Cookies como empresa, essa se tornou 100% vegana.
Maicon e Mari criaram o Veganize sem intenção de crescer, o que eles queriam mesmo era ajudar o movimento vegano a crescer, levar para periferia principalmente. Com o tempo, eles abriram um espaço cultural, onde vendiam seus produtos e abiram para shows, leitura de livros e arte de diversas formas, voltada para pessoas da periferia. O salão ficou aberto por 1 ano e meio, quando perceberam que não iam conseguir manter o espaço, decidiram abrir um food truck na Augusta para não deixar a marca morrer. Eles são pioneiros em delivery de pizzas e esfihas veganas com qualidade e preço justo na zona Leste de São Paulo.
Ike Natural é uma empresa que produz produtos artesanais, sem aditivos ou conservantes, feitos para quem busca uma vida mais leve e saudável. Produzem granolas, molhos, mostardas, pastoca (pasta de paçoca, o carro chefe da marca).
Susana e seu marido são veganos e criaram a marca há 3 anos.
Cris fazia salada de frutas e um dia decidiu produzir geleias apenas com frutas, especiarias, açúcar orgânico e livre de conservantes, a primeira foi a de morango. Cris produz sabores inusitados, como cerveja, cebola roxa e tomate.
Elvira é naturóloga, trabalha com terapias naturais. Quando teve um problema de pele por ressecamento excessivo, foi pesquisar mais a fundo o motivo disso e descobriu as inúmeras substâncias usadas nos sabonetes convencionais que prejudicam muito a pele.
Em 2012 começou a produzir sabonetes naturais e hoje em dia aposta também em repelentes, aromas para ambiente, sais de banho e kit de vaporização de útero.
Gabriel e Jair são produtores orgânicos de legumes e verduras e em 2018 começaram com o projeto Nossa Horta Orgânica, utilizando o processo de compostagem. Eles também trabalham com educação socioambiental e cultural com crianças, ensinando o respeito à vida e ao meio ambiente.
O chef Edgar Maranhão fez muito sucesso na feira.
Teve também shows das bandas: Derrota, Direction, Adhaga e Kids on Mars.
A ONG Animais tem voz marcou presença vendendo alguns produtos e aceitando doações.
O grafite ficou por conta da Nus Rabiscos e outras atrações que estavam expondo seu trabalho.
Ouvi um pouco do que o pessoal que estava presente tinha pra dizer também:
“Acho que esses eventos são bons tanto para pessoas veganas quanto para não veganas, para conhecer um pouco mais sobre o veganismo e quebrar alguns tabus como por exemplo que comida vegana não tem sabor. Nunca tinha ido em uma feira vegana antes e achei bem diferente, nunca tinha comido pizza, coxinha ou churros versão vegana e gostei bastante”. Disse Melina que é ovolactovegetariana.
“Foi uma experiência muito legal, gostei muito da energia daqui, super positiva! A feira serviu para mostrar que é possível sim comer bem sem precisar machucar ninguém. Realmente abriu meus olhos para o movimento e eu espero ter outras oportunidades como essa.” Comentou Sophia, simpatizante ao movimento.
“Achei bastante interessante, as pessoas que estavam expondo suas mercadorias falam de forma esclarecedora sobre seus produtos e a importância do consumo consciente, não estão aqui só para vender e lucrar. As comidas são todas deliciosas, o que quebra o estigma de que comida vegana é sem graça e sem gosto.” Declarou Amanda, que tem uma filha vegana.
Para quem não pôde ir ao evento deste final de semana, não se preocupe! No dia 7 de abril Americana será sede do evento: Mas nem peixinho?
Vocês conheciam alguma das marcas que foram no evento ontem? Conta aqui nos comentários!