Existem diversas perguntas em relação ao veganismo, algumas delas mais comuns, como por exemplo “de onde conseguir proteínas”, “como conseguir ferro” entre outras, mas também algumas mais específicas, como a que será debatida aqui.
Afinal, veganos tomam vacinas?
Para responder esta pergunta, é necessário entender o que é a vacina.
A primeira versão da vacina que conhecemos hoje foi criada em 1796, quando o médico Edward Jenner descobriu que, ao expor pacientes à versão bovina do vírus da varíola, eles tinham leves e rápidas reações iniciais, que faziam com que, a longo prazo, desenvolvessem imunidade contra a versão humana da doença. Nascia assim a vaccina (do latim vaccinus, “que vem da vaca”).
A partir de então, o método foi popularizado e aprimorado. Hoje em dia, os vírus da gripe por exemplo, são cultivados em ovos embrionados de galinha antes de virar vacinas. Para outras doenças, é possível usar culturas de células humanas ou de macacos. De qualquer forma, os animais ainda são amplamente utilizados para a produção de vacinas.
Isto significa então que veganos são necessariamente, contra vacinas? Não! De forma alguma. O veganismo, em sua definição, busca excluir na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade com os animais. Ser contra vacina não é uma opção possível tampouco praticável.
A vacina é a forma mais eficiente de prevenir uma série de doenças. Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a medida é responsável por evitar de 2 a 3 milhões de mortes por ano.
E apesar disso, atualmente, o movimento antivacina ganhou mais força no cenário mundial, a OMS divulgou uma lista das 10 grandes ameaças à saúde em 2019 e, entre elas, estava o medo de vacina. A consequência disso foi clara: os surtos de sarampo ocorrendo devido à falta de cobertura da vacina em certas regiões. Só no Brasil, foram confirmados quase 13,5 mil casos de sarampo em 2019, entre eles, 15 mortes.
Portanto, o movimento vegano como um todo, não considera antiético consumir vacinas (nem remédios), por se tratar de uma questão de sobrevivência.
É claro que, independente do movimento sempre existem indivíduos com suas próprias ideias, entretanto é preciso deixar claro que o movimento como um todo não compactua com os ideais antivacina.