Por que não comer carne de porco?
Uma opção para quem deseja adotar a dieta vegetariana, é começar aos poucos e com um tipo de carne por vez.
De acordo com pesquisas, a carne de porco é a segunda mais fácil de ser tirada do cardápio, perdendo apenas para a carne bovina, que já tem post aqui no blog, clique aqui para acessar.
Os motivos para parar de comer carne suína variam entre meio ambiente, compaixão aos animais e principalmente, saúde.
Meio Ambiente
A criação de suínos demanda elevado consumo de água, já que é o principal insumo da suinocultura. Estima-se que por animal, ao dia, o consumo possa chegar a 11 litros. Para se ter ideia, apenas no Brasil, 128 mil porcos são mortos por dia na indústria da carne, o que totaliza em um consumo diário de, no mínimo, 1.408.000 litros de água. É claro que, existem milhões de porcos que continuam vivos e consumindo, então este número é na verdade, muito maior.
Outro problema é a produção de dejetos. Um suíno produz, em média, 7 litros de dejetos por dia, o que representa a produção de esgoto de aproximadamente, cinco pessoas. Os principais componentes poluentes são: nitrogênio, fósforo e metais pesados, como zinco e cobre, além de microrganismos fecais patogênicos.
Os dejetos suínos tem capacidade de poluir o solo, a água e o ar. Na terra, a contaminação se dá devido à infiltração do nitrogênio no solo e do escorrimento superficial do fósforo. Na água, os poluentes alteram a biodiversidade aquática e também acabam por contribuir na presença de organismos prejudiciais aos seres humanos (acarretando problemas como verminoses, alergias e hepatite), aos animais (gerando a morte de peixes, causando leptospirose e febre aftosa) e aumentando a toxicidade em plantas. E no ar, os dejetos liberam gases tóxicos, como a amônia (que, segundo estudos, em grandes concentrações, pode causar chuvas ácidas) e o dióxido de carbono, grande responsável pelo efeito estufa.
Animal
Os porcos são animais muito inteligentes, até mesmo mais do que os cães, chegando a níveis similares aos dos chimpanzés.
Apesar de já ter sido provado que o porco possui inteligência e é capaz de sentir emoções como felicidade, tristeza, apego, entre outros, sua criação continua cruel.
Ao contrário do que se pensa, s porcos são animais muito asseados. Eles gostam de rebolar na lama sobretudo para se refrescarem nos dias mais quentes. Se tiverem espaço, os porcos nunca fazem as necessidades junto do local onde comem ou dormem.
Abate
O porco é um animal criado nas fazendas para abate em confinamento total, sem espaço para a simples locomoção dos bichos, que nunca ficam soltos na grama ou em pastos como o gado. Nestes espaços, eles são submetidos ao contato com a própria urina, fezes e vômitos, fazendo com que possam entrar até mesmo, em depressão.
As porcas criadeiras dão à luz a cerca de 20 porquinhos todos os anos. Os porquinhos são amamentados durante duas ou três semanas, e depois são retirados à mãe. Após passar pela dor de perder os filhos, a mãe porca é novamente inseminada. Logo após o nascimento, os porquinhos têm suas caudas amputadas e os dentes cortados para minimizar os estragos que os porcos possam fazer uns aos outros.
Além disso, os porcos macho destinados ao consumo são castrados e quando atingem 6 meses, pesando aproximadamente 100kg, chegou a hora do abate. Sendo que, na natureza, poderiam viver até 15 anos.
O abate se inicia com o atordoamento, momento em que os porcos entram, um após o outro, em um “box” imobilizador, onde o atordoamento é realizado ou por descarga elétrica ou por meio de falta de oxigênio. Depois do atordoamento, parte-se para a parte da sangria, a drenagem do sangue.
No entanto, o atordoamento nem sempre funciona bem e alguns porcos ainda estão completamente conscientes enquanto são içados pelas patas traseiras, degolados e se esvaem em sangue.
Saúde
Ao falar da saúde humana relacionada ao consumo de carne de porco, não se pode esquecer da clássica gripe suína, que deu origem a uma pandemia, em 2009. O vírus H1N1, chamado de Influenza A, se desenvolveu no organismo dos porcos e foi transmitido ao homem por meio do consumo de carne malcozida. Sendo o responsável por muitas e muitas mortes ao redor do mundo.
Além dela, inúmeras doenças possuem associação direta ao consumo de carne suína, seja devido às bactérias presentes nela ou à parasitas (que podem causar teníase, neurocisticercose, triquinelose).
Outra questão que deve ser levada em conta, é o uso indiscriminado e excessivo de antibióticos e outras drogas na criação de animais de abate. A ractopamina, por exemplo, ainda é amplamente usada no Brasil para acelerar o crescimento dos animais, mesmo sendo proibida em mais de 160 países. A comunidade médica afirma que não existem níveis seguros para o consumo dessa substância pelo homem, ainda que de forma indireta (por meio da carne dos animais). Entre os efeitos colaterais estão ansiedade, palpitações e inquietação, em intensidades que dependem do grau de sensibilidade de cada pessoa.
Os riscos são muitos e cabe a cada um se perguntar se vale a pena ou não se arriscar. Afinal, existem alimentos muito mais saudáveis para serem consumidos e que trazem incontáveis benefícios ao organismo, como legumes, verduras e outros produtos de origem vegetal, que podem e devem ser explorados.
Fontes:
https://www.superbom.com.br/blog/os-riscos-que-trazem-a-carne-de-porco/
https://www.cpt.com.br/noticias/abate-suinos-segue-passos-importantes
https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/9974/2/BS%2044%20Impactos%20ambientais%20da%20suinocultura_P.pdf
https://www.suinoculturaindustrial.com.br/imprensa/embrapa-propoe-reducao-de-50-do-consumo-de-agua-na-suinocultura/20160425-085212-b263
https://www.uol.com.br/tilt/ultimas-noticias/redacao/2015/06/11/inteligencia-dos-porcos-e-subestimada-dizem-cientistas.htm